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Candomblé Ketú

Candomblé Ketú

 

CANDOMBLÉ NAÇÃO KETU

 
 

      O culto dos orixás remonta de muitos séculos, talvez sendo um dos mais antigos cultos religiosos de toda  história da humanidade.
 
 
      O objetivo principal deste culto é o equilíbrio entre o ser humano e a divindade aí chamada de orixá.
 
 
      A religião de orixá tem por base ensinamentos que são passados de geração a geração de forma oral.
 
OS ORIXÁS E SUAS ORIGENS
 
 
 
      Quando falamos de orixá, falamos de uma força pura, geradora de uma série de fatores predominantes na vida de uma pessoa e também na natureza.
 
 
 
Mas, como surgiram os orixás? Quais as suas origens?
 
      Quando Olorum, Senhor do Infinito, criou o Universo com o seu ófu-rufú, mimó, ou hálito sagrado, criou junto seres imateriais que povoaram o Universo. Esses seres seriam os orixás que foram dotados de grandes poderes sobre os elementos da natureza. Em verdade, os orixás são emanações vindas de Olorum, com domínio sobre os 4 (quatro) elementos: fogo, água, terra e ar e ainda dominando os reinos vegetal e animal, com representações dos aspectos masculino e feminino, ou seja, para todos os fenômenos e acidentes naturais, existe um orixá regente. Através do processo de constituição física e diante das leis de afinidades, cada ser humano possui 01 (um) ou mais orixá, como protetores de sua vida, a eles sendo destinados formas diversas de culto.
 
 
      Um outro aspecto a ser analisado sobre a tradição de orixá e sua origem seria a de que alguns orixás seriam, em princípio, ancestrais divinizados que em vida estabeleceram vínculos que lhes garantiam um controle sobre certas forças da natureza, como o trovão, o vento, as águas doces, ou salgadas, ou então, assegurando-lhes a possibilidade de exercer certas atividades como a caça, o trabalho com metais, ou ainda, adquirindo o conhecimento das propriedades das plantas e de sua utilização.
 
 
      O poder axé do ancestral-orixá teria, após a sua morte, a faculdade de encarnar-se momentaneamente em um de seus descendentes durante um fenômeno de possessão por ele provocada.
 
 
      A passagem da vida terrestre à condição de orixá aconteceu em momento de paixão como nos mostram as lendas dos orixás.
 
SAUDAÇÕES:
 
 
 
      As saudações são muito importantes, pois é através delas que nós invocamos os orixás.
 
 
      Assim, vamos traduzir para vocês “As saudações dos Orixás e seus significados”:
 

 
Exu
 
Kóbà Láryè
 
aquele que é muito falante
 
Ogun
 
Pàtakorí
 
exterminador ou cortador de ori ou cabeça
 
Oxossy
 
Ará Unse Kòke Ode
 
guardador do corpo e caçador
 
Xangô
 
Kawó-Kábièsilé
 
venham ver o Rei descer sobre a terra
 
Oxum
 
Orà Yè Yé Ofyderímàn
 
salve mãezinha doce, muito doce
 
Yansã ou Oyá
 
Èpàrèi
 
venha, meu servo
 
Omolu e Obaluayê
 
Atótóo
 
silêncio
 
Yemanjá
 
Èru Ìyá
 
senhora do cavalo marinho
 
Oxumaré
 
Arrum Bobo(termo Jeje)
 
senhor de águas supremas
 
Nanã
 
Sálùbá
 
pantaneira (em alusão aos pântanos de Nanã)
 
Oxalá
 
Esè Epa Bàbá
 
você faz, obrigado Pai
 

 
 
INICIAÇÃO NO CANDOMBLÉ.
 
Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou não, no Candomblé, o Babalorixá ou Iyalorixá consulta o jogo de búzios no merindilogun, onde terá as respostas. Essa é uma das formas de saber. A outra é quando uma pessoa vai assistir uma festa de candomblé e entra em transe profundo. Esse transe é chamado de "Bolar no Santo" é a declaração em público do Orixá que quer a iniciação de seu filho, nesse caso o babalorixá vai consultar o jogo de búzios para saber qual é o Orixá e suas condições, se pode esperar ou se caso de urgência. Normalmente são feitos acordos com os Orixás para que aguardem até o filho ter condições financeiras e de férias para poder se recolher.
A primeira fase da iniciação ou feitura de santo na nação Ketu é de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro longe da vida profana e da família, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aos ritos de passagem. Saliente-se que todo o ritual da iniciação não é público. Saliente-se também que essa iniciação só pode ser feita por uma pessoa iniciada, segundo as normas do candomblé só pode transmitir o Axé quem os recebeu de alguém iniciado na obrigação de Odu ijè.
Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser Iaô, Ogan ou Ekedi, essa questão só é resolvida durante a iniciação. Se a pessoa entrar em transe será um Iaô elegun, se não entrar em transe e for homem, será um Ogan, se for mulher será uma Ekedi.
 
AXÉ
 
 
      A palavra Axé é de origem yorubá e é muito usada nas casas de Candomblé. Axé significa "força, poder, realização" mas também é empregada para sacramentar certas frases ditas entre o povo de santo, como por exemplo: Eu digo: - “Eu estou muito bem.” Outro responde: -“Axé!” Esse “axé“ aí dito equivaleria ao "Amém" do Catolicismo ("que Deus permita").
 
 
      Mas, o Axé ainda pode significar a própria casa de Candomblé em toda a sua plenitude. Daí, uma Yalorixá também ser chamada de Yalaxé(Iyálàse), ou seja, “Mãe do Axé” ou a pessoa responsável pelo zelo do Axé ou força da casa de Orixá.
 
 
      Axé também pode significar “Vida”. E tudo que tem vida tem origem. Chamar a vida é chamar o Axé e as origens. Os Orixás são Axé, os Orixás são Vida.
 
ODÙ
 
 
      A palavra odù vem da língua yorubá e significa “destino”. Portanto, odù é o destino de cada pessoa.
 
 
      O destino é, na verdade, a regra determinada a cada pessoa por Olodumaré para se cumprir no àiyé, o que muitos chamam de missão. Esta “missão” nada mais é do que o odù que já vem impresso no ìpònrí de cada um, constituído numa sucessão de fatos, enquanto durar a vida do emi-okán ou espírito encarnado na terra.